História: O Château Montrose situa-se na denominação de Saint-Estèphe, na região de Médoc, no norte de Bordéus. A propriedade foi classificada como “Second Growth” na Classificação de Bordéus de 1855 e é considerada como uma das melhores propriedades a esse nível.
Propriedade dos irmãos Bouygues Martin e Olivier desde 2006, o Château Montrose é responsável por um dos melhores terroirs do Médoc. No passado e na atualidade, Château Montrose distinguiu-se pela qualidade dos seus vinhos e pelo seu estilo, tornando-se uma propriedade essencial e mundialmente conhecida.
O grand vin, composto maioritariamente por Cabernet Sauvignon com algum Merlot, é tipicamente profundamente colorido, poderoso e firme quando jovem, mas tem um excelente potencial de envelhecimento. O segundo vinho é La Dame de Montrose; o terceiro é Saint-Estèphe de Château Montrose.
Vinha: A vinha de 95 hectares (235 acres) existe, invulgarmente para os Bordéus modernos, como uma entidade única. Situa-se num local exposto de cascalho profundo e grosseiro, com areia e um pouco de argila, com vista para o Gironde.
A vinha de 95 hectares (234 acres) rodeia o castelo, a adega e os anexos numa única extensão contínua, o que constitui uma caraterística excecional e historicamente muito rara nos Chateau de Bordéus.
O terroir de Montrose é formado por socalcos de cascalho misturado com areia à superfície, sobre um subsolo argiloso, no qual se formam reservas naturais em profundidade, que fornecem às vinhas a água de que necessitam.
No Château Montrose, a maior parcela tem dois hectares, a mais pequena apenas algumas centenas de metros quadrados, mas cada uma tem a sua própria personalidade, o seu solo ou subsolo particular.
A proximidade imediata da água tem um efeito moderador sobre as geadas e o calor do verão, e os seixos do solo retêm o calor do dia até à noite, favorecendo a maturação. O castelo está situado a cerca de três quilómetros a nordeste do Château Cos d'Estournel (outro chamado "super-segundo" - ou seja, uma propriedade de segundo crescimento altamente considerada) na fronteira com a denominação de Pauillac.
A mistura de castas em Montrose, principalmente Cabernet Sauvignon (60% das vinhas), é típica das melhores quintas de Médoc. As parcelas de Merlot (32%), de Cabernet Franc (6%) e de Petit Verdot (2%) são igualmente plantadas nos locais onde o solo lhes é mais favorável, permitindo que as uvas atinjam a plena maturidade e exprimam a complexidade típica do terroir.
O Vintage 2022: Um inverno ameno e pouco chuvoso precedeu uma primavera seca. As videiras abriram os rebentos a 4 de abril e floresceram a 18 de maio. Apesar de um episódio de granizo no final de junho, o verão registou temperaturas acima do normal, conduzindo ao a coloração das folhas a 30 de julho. A vindima de 2022 produziu uvas ricas e concentradas.
Vinificação: Após uma primeira seleção na vinha durante a vindima, as uvas são levadas para a casa das cubas. Construída em 2000, dispõe de três linhas de receção. Em busca da melhor qualidade, uma equipa de nove pessoas selecciona manualmente os cachos antes de serem desengaçados.
Todo o trabalho de prova das uvas na vinha e de colheita parcela a parcela é prosseguido na adega. A casa das cubas contém 92 cubas de aço inoxidável de diferentes dimensões, com temperatura controlada, o que permite a elaboração de vinhos à medida.
Os vinhos são submetidos a um estágio em cuba de 25 dias no máximo, respeitando a fruta e a substância. Todos os lotes são mantidos separados após o escorrimento, de modo a que todos os diferentes perfis dos vinhos de cuba estejam disponíveis para mistura.
O bagaço é prensado com grande precisão. Os vinhos de prensa são então armazenados em barris e seleccionados: os melhores serão utilizados no primeiro vinho.
A partir de janeiro, cada colheita é amadurecida em barris numa sala de barris específica. O vinho premium, Château Montrose, é amadurecido durante 18 meses em barris de carvalho francês 60% novos, provenientes de oito tanoeiros diferentes.
Durante o processo de maturação, os vinhos são trasfegados de três em três meses, aproximadamente. O método tradicional utilizado em Montrose consiste em transferir o vinho de um barril para outro por gravidade, de modo a que o vinho límpido possa ser perfeitamente separado das borras que se depositam naturalmente no fundo do barril.
A afinação é efectuada em barris à maneira tradicional, com claras de ovo frescas, a fim de afinar o vinho e suavizar os taninos.
Castas: Cabernet Sauvignon (66%) Merlot (25%) Cabernet Franc (8%), Petit Verdot (1%)
Produtor: Château Montrose propriédade de Martin e Olivier Bouygues
Do barril, escrevi que o Montrose 2022 era tão atraente que atribuir-lhe uma pontuação entre parênteses parecia uma mera formalidade, e assim se provou. Desenrolando-se no copo com um bouquet profundo e intenso de cassis, mirtilos silvestres, violetas, aparas de lápis e brasas, é encorpado, profundo e denso, combinando de alguma forma toda a autoridade tânica que há muito é uma marca registrada do Montrose com uma suavidade e pureza que representam a quintessência do Bordeaux contemporâneo. O final amplo e persistente dura mais de um minuto. Este é um vinho jovem profundo que os leitores não vão querer perder. 2032 - 2065
Um dos grandes desta safra, o Château Montrose 2022 apresenta uma cor rubi/púrpura profunda e um aroma intenso de creme de cassis doce, tabaco fresco e lápis recém-apontado. Com incrível pureza e precisão nos aromas, ele atinge o paladar com uma riqueza encorpada, uma sensação na boca complexa, poderosa, mas ainda assim elegante, taninos ultrafinos e um final excelente. Baseado numa mistura clássica de 65% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 8% Cabernet Franc e o restante Petit Verdot, passou 18 meses em 60% de carvalho francês novo. Como escrevi durante o En Primeur, tem a essência de um caráter típico de Montrose. Embora não seja um exemplo extremamente retrógrado ou austero do château, merece, no entanto, 10 a 12 anos de envelhecimento em garrafa e deve ter pelo menos meio século de longevidade. Está, sem dúvida, ao mesmo nível dos anos 1989, 1990, 2003, 2009, 2010, 2016, 2018 e 2020.
O Montrose 2022 é incrivelmente belo. Isso é evidente. Quando estará pronto para ser consumido é outra questão. Nos últimos anos, o Montrose adquiriu uma notável delicadeza nos taninos, pelo que isso não constitui um problema. Mas o 2022 está repleto de uma densidade e concentração tremendas que precisarão de tempo para amadurecer. Amora, grafite, alcaçuz, lavanda e chocolate mancham o paladar num vinho impressionante e cativante do mais alto nível. Só posso esperar estar por perto quando o 2022 começar a beber bem! O Montrose é sem dúvida um dos vinhos da colheita. Inesquecível
Grande profundidade no nariz, levando-o ao seu núcleo de groselha preta, aparas de lápis, grafite, alcatrão, tinteiro e cassis. Encorpado e muito firme, este vinho exibe os seus músculos polidos, revelando forma e tensão. Compacto. Proveniente de uvas cultivadas organicamente. 66% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 8% Cabernet Franc e 1% Petit Verdot. Necessita de seis a sete anos para atingir o seu apogeu.
O Montrose 2022 é composto por 66% de Cabernet Sauvignon, 25% de Merlot, 8% de Cabernet Franc e 1% de Petit Verdot, envelhecido em 60% de carvalho novo. De cor púrpura-granada profunda, revela-se lentamente para oferecer um perfume maravilhoso de violetas, anis estrelado, rosas murchas, sementes de cominho e garrigue, dando lugar a um núcleo de pastilhas de groselha preta, compota de amora silvestre e kirsch. O paladar encorpado é um fogo de artifício de fruta graciosa e altamente matizada, com notas minerais, florais, de frutos pretos e bagas vermelhas, apoiadas por taninos muito firmes e supermaduros e uma frescura incrível, com um final muito longo, vibrante e cintilante. O rendimento foi de 31 hl/ha e o Primeiro Vinho representa 50% da produção de 2022. A qualidade do vinho de prensa foi elevada este ano, e 13% foi incluído na mistura. pH 3,78, TPI 85.
66% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 8% Cabernet Franc, 1% Petit Verdot. Amostra de barril.
Cor vermelho profundo. Aromas complexos, com notas dominantes de Cabernet-cassis, mas também um toque de menta e fumo. Paladar rico, mas vivo, com uma sensação de energia. Taninos abundantes, mas bem trabalhados. Final longo, com notas minerais e pedregosas. Nobre e refinado. Envelhecimento prolongado. (JL) 14,5%
Beber entre 2032 e 2055
Pode ter havido concessões à colheita com La Dame de Montrose, mas não há compromissos aqui, nem sinais de excesso de maturação no caráter da fruta. Estrutura rica, confiante e poderosa, aliada a taninos suaves, pimenta preta, iodo, café expresso, grafite e pedras molhadas, musculoso, mas delicioso. A última colheita de Hervé Berland, com Pierre Graffeuille a assumir o cargo de diretor da propriedade e Vincent Decup como diretor técnico. 40% de primeiro vinho. Um ponto a mais na classificação En Primeur.
